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Qual é o arquétipo da sua empresa?

Douglas Arthur Lima • ago. 17, 2020

Com a intenção de conseguir vislumbrar sua empresa como um indivíduo e conseguir visualizar melhor a “personalidade” dela. Assim como entender a maneira com que se relaciona com os outros, a forma como define metas e lida com seus processos, desenvolvemos este artigo para descobrir qual arquétipo direciona sua empresa.

O que são arquétipos?


Antes de tudo, é importante entender o que é um Arquétipo. Este é um conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung , que representa o primeiro modelo de algo, ou um conjunto de impressões sobre algo.


Desde os primórdios da humanidade, os homens observavam o mundo a sua volta e, para tentar explicá-lo, ou mesmo para tentar entender alguns fenômenos como: morte, doença, nascimento e o amor, estes homens contavam histórias.


De geração em geração, essas histórias foram sendo transmitidas, até que essas histórias, personagens e ideias ficaram registradas e imprimidas no inconsciente coletivo da humanidade.


E é por essa razão que há tantas histórias de princesas, madrastas malvadas, magos e heróis. Pois nós nos identificamos com algo nesta história, que já está registrado no nosso inconsciente.


Essa teoria foi e é utilizada para explicar diversas áreas do conhecimento como filosofia, psicologia e a narratologia. Mas voltando a falar do Jung, ele utilizou esse conceito para explicar a consciência humana e suas diversas faces, contando que essas histórias e personagens representavam comportamentos e características da personalidade dos homens.


Embora existam diferentes arquétipos, Jung definiu doze principais que simbolizam as motivações humanas básicas, cada um tem seu próprio conjunto de valores, significados e traços de personalidade.

Empresas e arquétipos


Margaret Mark e Carol S. Person, autoras do livro “O herói e o Fora da Lei”, “atualizaram” a teoria dos arquétipos de Jung para que os profissionais de marketing e gestores utilizassem bases comportamentais e um sistema de signos e significados confiável e seguro.


Uma empresa, ou organização, é a representação do conjunto de seus indivíduos, líderes e sua cultura organizacional propagada entre esse grupo. Deste modo, tornou-se possível observar empresas e a forma como elas relacionam-se com o mundo através da ótica dos arquétipos Junguianos.


É importante lembrar que a maioria, senão todas, as empresas têm vários arquétipos na construção da sua “personalidade”, no entanto, um arquétipo tende a dominar a “personalidade” em geral, ele pode ser útil para saber quais arquétipos estão em jogo em si, nos outros, e especialmente nas empresas que nos relacionamos.

Qual é o arquétipo da minha empresa?


Veja abaixo todos os principais arquétipos, para visualizar melhor em qual - ou em quais - perfis a sua empresa se encaixa.

Herói – Katniss Everdeen

Lema: “ Vim, vi, venci 

Exemplo de Empresa: Nike


Sem dúvidas a principal característica desse arquétipo é a coragem. Mas não uma coragem desmedida e insensata, que coloca todos em risco.


Esta é a coragem daquele que parte para a ação apenas quando a demanda surge, e que enfrenta qualquer obstáculo por um bem maior. Muitas vezes, os riscos e as métricas podem deixar de ser calculados milimetricamente, mas os objetivos são claros – o melhor para todos.


Uma empresa representante deste arquétipo é dinâmica, veloz, ágil, e cheia de aptidões e de competências. Habitualmente têm seus processos bem definidos, tem metas claras e tem orgulho disso. 


Por ser corajosa e acreditar em seu potencial, muitas vezes acaba pecando na humildade e em um planejamento real. Também corre o risco de transmitir para o seu público a imagem de que nunca erra, mas quando o erro aparecer, caso não aja rápido, a decepção poderá ser dolorosa.


O problema surge da sua autoconfiança exacerbada, que pode ser transformada em arrogância e imprudência: Acreditando não ter mais o que aprender com os concorrentes, não estimulando todo o potencial dos seus colaboradores.



Ou seja, o herói pode ser facilmente levado ao fracasso ou transformar-se em vilão quando inferioriza seus concorrentes, ou quando o ímpeto de dominar e conquistar não mede consequências.

Fora da Lei – Han Solo

Lema: “Se você obedece as regras, acaba perdendo toda diversão.”

Exemplo de Empresa: MTV, Apple


A característica preponderante deste arquétipo é o de contestar as regras impostas. Este possui espírito livre, é rebelde e revolucionário. O fora da Lei não quebra as regras por ser mal caráter, ou simplesmente por quebrar. 


O que ele almeja é quebrar os padrões sociais, é revolucionar a sua volta. Logo, pouco importa se será necessário quebrar as leis da sociedade ou as leis da física, desde que seus objetivos e metas sejam alcançados.


Esse é um dos arquétipos mais desprezados e injustiçados, por muitas pessoas não entenderem o contexto do Fora da Lei.


Empresas deste arquétipo precisam chamar atenção para si, ou para alguma área ou nicho de mercado carente por natureza, mesmo que para isso tenha que ir contra todo o padrão vigente, chocando ou causando estranheza. Desta forma, causando o desequilíbrio e pendendo o poder a seu favor.


Empresas do terceiro setor são grandes representantes do Fora a Lei. Por desleixo do Estado, são obrigadas a agirem e tomarem a frente de algum problema social. Quando assumem esse problema como meta, são capazes de irem às últimas consequências para atingirem seus objetivos.


Empresas que precisaram revolucionar o seu segmento de mercado, ou que precisaram quebrar barreiras sociais, são vistas como Foras da Lei. Entenda que não são empresas que praticam ilegalidades, mas sim que precisam quebrar paradigmas e desestruturar o padrão imposto.


Empresas nesse contexto devem tomar cuidado redobrado sobre a imagem que oferecem ao seu público. Habitualmente acabam por atrair um público bem delimitado, visto que são poucos capazes de entender suas ideias de inovações.


O perigo para empresas desse arquétipo é que sua rebeldia de ideais torne-se rebeldia por rebeldia e acabe tornando-se uma empresa sem metas claras e palpáveis e, assim, incapaz de gerar resultados a médio e longo prazo.

Inocente – Amélie Poulain

Lema: “Somos livres para sermos nós mesmos”

Exemplo Empresas: Omo, Empresas de Higiene no geral.


Fraternidade, bondade e otimismo são características deste arquétipo. Quer que todos sintam-se bem, sejam felizes e esperançosos. 


Empresas regidas por esse arquétipo tendem a criar espaços de trabalho harmoniosos e cheio de vitalidade, fazendo com que os trabalhadores tornem-se uma grande família. Estão sempre ligadas em questões ambientais e como proporcionar um ambiente e ecossistema agradável a todos. 


Por sua acomodação com o momento presente, evitam mudanças já que sentem-se felizes e satisfeitas de onde estão e acreditam que o futuro reserva algo bom.


Possuem dificuldades com metas e acompanhar métricas de mercado. Tem a tendência a não padronizar processos e não ter voz ativa com seus colaboradores. É a verdadeira “mãezona”.


Acreditando em seus ideais e seu modo de vivência menos agressivo, empresas inocentes podem correr o risco de ficarem para trás e de não acompanharem o crescimento do mercado.

O mago – Dumbledore

Lema: “Tudo pode acontecer”

Empresas: Microsoft


Muitas vezes a lógica nos guia para um lugar e a intuição para outro. O mago é aquele capaz de dizer quando a intuição é o caminho que deve ser seguido, mesmo contrariando números e dados. Para esse arquétipo o conhecimento é a chave para vencer todos os obstáculos. 


Empresas desse arquétipo têm um olhar diferente para ver as coisas. Vislumbram o mundo através da ótica do conhecimento. É aquela empresa que está sempre buscando novas soluções e buscando romper barreiras de conhecimento. Esse arquétipo, ao olhar para um problema, busca imediatamente uma resposta em pesquisas ou inovações técnico científicas.


Empresas desse arquétipo podem apresentar dificuldades em processos e serviços vistos como maçantes, em que não haja expectativas de inovação. Também podem desenvolver metas irreais ou cometer erros colossais por basear-se plenamente e exclusivamente na intuição.


Esse arquétipo tem em seu ímpeto controlar e manipular o universo através de tecnologia e inteligência, mas devem tomar cuidado, pois essa vontade pode acarretar numa visão soberba.


Onde acredita-se que sabe mais que os outros e que estes devem ser manipulados, como ovelhas, para fazerem a sua vontade a qualquer custo. 

Cara comum – Jim Levenstein

Lema: “Todos os homens e mulheres são criados igualmente”

Empresa: Brahma


Desculpas antecipadas pelo trocadilho, mas o Cara Comum é o arquétipo mais comum de todos.



Ele está presente em todos os segmentos de mercado e é associado a uma personalidade que pouco expõe seus sentimentos e convicções. Buscam incessantemente participar de um grupo e enquadrar-se em uma comunidade. 


Com o intuito de pertencer ao grupo, ele procura ao máximo adaptar-se e ignora suas características naturais, substituindo essas por características comuns ao grupo. Uma empresa que é constituída pelo arquétipo do cara comum dificilmente inova. Repete o que o seu segmento de mercado faz e o replica.

Bobo da Corte / Tolo – Ace Ventura

Lema: “Se eu não puder dançar, não quero fazer parte da sua revolução”

Empresa: Mc Donalds


Tem como objetivo a diversão, não leva muito a sério a opinião alheia ou o que os padrões sociais estabelecem. Utiliza-se da ideologia do Carpe Diem e vive a vida intensamente. É muito espontâneo e verdadeiro.



Dificilmente empresas utilizam-se desse arquétipo em sua organização, mas levam essa imagem para seu marketing, com a intenção de transmitir o quão legal seu estilo de vida é.


O bobo da corte tem como objetivo transformar situações e processos monótonos e densos em alegres e informais, transformando as tarefas diárias em verdadeiras aventuras.

O amante – Viúva Negra

Lema: Te amarei para sempre !

Empresa: Playboy, Coco Chanel


O amante busca desenvolver vínculos com todas as pessoas. Esses vínculos tendem a ser intensos e, apesar de intensos, essas relações tendem a ser superficiais, pautadas no prazer efêmero.


Para esse arquétipo as aparências são tudo: a empresa deve apresentar-se impecável e a beleza deve ser sinônimo do nome da marca.


Os processos devem ser obedecidos de forma metódica e sem grandes inovações – o que está perfeito não se mexe. Empresas com esse arquétipo habitualmente abandonam seus ideais iniciais e transforma-se no produto que sua audiência ou o mercado almeja.   


O mundo da moda, da beleza e estética estruturam-se e muito neste arquétipo.

Governante – O poderoso chefão

Lema: “O poder não é tudo, é só o que importa”

Empresa: Porto Seguro


Poder, controle e liderança são os itens obrigatórios para se identificar esse arquétipo.



São empresas que destacam-se por sua responsabilidade e soberania. Empresas do setor financeiro, como bancos e cartões de crédito, habitualmente ancoram-se neste arquétipo, assim como escritórios de advocacia e médicos.


Os processos tendem a ser burocráticos e a hierarquia é rígida, devido a cultura organizacional. As decisões devem ser deliberadas apenas após toda a cadeia hierárquica autorizar. O ambiente interno torna-se mais autoritário e menos propenso a mudanças drásticas.

Conclusão


Colocamos apenas alguns dos principais arquétipos de Jung, mas vale lembrar que as empresas, como entidades vivas e dinâmicas, dificilmente se enquadram unicamente em um deles. A maioria delas se identifica com o comportamento de vários desses arquétipos.


Além disso, a empresa pode identificar-se com o arquétipo de forma cultural, organizacional ou como o seu marketing a expõe. 


E aí identificou sua empresa, em qual desses arquétipos? Conta pra gente aqui nos comentários.

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